Esta semana o espaço contou com um novo trabalho, feito por uma casal de Santa Catarina, que são as pranchas feitas a partir de garrafas PET descartadas.
Ao longo desta semana diversas crianças visitaram o stand e puderam conhecer todas as etapas de montagem e até mesmo montar uma no próprio local.
A Secretária de Meio Ambiente, Bernadete Bittencourt, falou da importância de ter estes projetos socioambientais de reciclagem acontecendo em Itacaré, podendo futuramente gerar emprego e renda para a comunidade local.
O projeto é desenvolvido em Santa Catarina, na cidade de Garopaba, pelos idealizadores Jairo Lumertz, e sua esposa Carolina Scorsin. "Quando conheci a prancha de garrafas PET criei o projeto Pranchas Ecológicas nas Escolas, levamos as pranchas para as salas de aula como um argumento para falar sobre conscientização ambiental, incentivo ao esporte e problemas que o lixo vem causando em nosso planeta." disse Carolina.
As pranchas de Surf usam 45 garrafas, e as de Stand Up Paddle usam 80 garrafas. Jairo, criador da prancha, calcula que cerca de 10 mil garrafas já foram reutilizadas por ele, sem contar os multiplicadores da ideia. "Desenvolvi essas pranchas no Havaí, morei lá por sete anos e sempre tive o sonho de fazer alguma coisa com essas garrafas poluindo o meio ambiente, as pranchas vieram para dar um reaproveitamento a este material que esta sendo desprezado na natureza, e assim desenvolvemos uma técnica que tem sido desenvolvida no mundo inteiro. As pranchas são bem simples de se produzir, a cola é encontrada tanto no Brasil como no exterior e é a base de poliuretano. Fazemos este trabalho em comunidades e associações de surf, associações ribeirinhas e escolas. Temos desenvolvido uma ideia que é proliferada pelo mundo, já temos parceiros no Peru, Chile e Israel. Nosso objetivo aqui é divulgar nosso trabalho, ensinar o processo da prancha e passar para as crianças a vontade de criar soluções eficientes para o lixo gerado." disse Jairo.
O projeto já passou por 12 estados e o objetivo é levar a ideia para o Brasil todo e também para o exterior como já vem acontecendo. "Em Garopeba começamos com as crianças desde a coleta - não incentivamos o consumo para a reciclagem, todas as pranchas são feitas com garrafas que estavam poluindo a natureza - lavagem e montagem, em seguida levamos os alunos para fazer uma aula prática. Já participaram do programa em torno de 350 crianças e mais de 90 pranchas já foram feitas." disse Carolina.
Com a técnica utilizada para as pranchas é possível criar diversos produtos, e baseado nesta ideia, Carlos Mendes, Técnico em Aquicultura e Pesca da Secretaria Municipal de Meio Ambiente pensou em outras utilidades que podem melhorar a vida de muitas famílias itacareenses. "A nossa intenção é aproveitar essa tecnologia de acoplagem das garrafas, com uma cola que resiste a água, e promover a implantação de tanques rede, para serem colocados em represas, na calha do Rio de Contas, e também usar para fazer flutuadores para cultivo de ostras e vieiras, que são moluscos muito consumidos aqui, e podem ser cultivados pelos pescadores e por famílias que moram na calha do rio, sendo uma complementação de renda, além de tirar as garrafas do meio ambiente e dar uma finalidade a elas. Outra ideia é fazer passarelas flutuantes, para as comunidades Santo Amaro, João Rodrigues e A volta do Poço, onde crianças e adultos necessitam vir para a cidade. Com um pier o barco vai ancorar de lado, facilitando o acesso das pessoas aos barcos. Cada prancha resiste a 100kg, então uma passarela de 10 metros suportará 1 tonelada." disse Carlos.
O stand fez parte da área ecológica do Surf Eco Festival e desde segunda-feira, 27, vem dando palestras para os alunos do município. Quem quiser acompanhar o projeto pode acessar a página no facebook: Projeto Prancha Ecológica