terça-feira, 2 de julho de 2013

Itacaré comemora a Independência da Bahia com desfile cívico




O Desfile de 2 de Julho teve abertura com as bandas instrumentais Filarmônica e FAITA que deram um show de musicalidade. O desfile formato por alunos das escolas do município, moradores e funcionários públicos que contaram a história da Independência da Bahia incorporando os personagens que marcaram o evento histórico. Cerca de 300 pessoas acompanharam o desfile que contornou o centro da cidade e parou em frente a sede da Prefeitura, onde a história foi narrada explicando cada um dos personagens que formavam todas as etapas que levaram a Independência do Estado.

Ilustres e antigos moradores da cidade presenciaram o evento, como Sr Morenito, que nasceu em Itacaré e já tem mais de 90 anos, não perde um evento cultural, e também a Sra Odete, conhecida pela habilidade em equilibrar uma garrafa de água no topo da cabeça, figuras que fazem parte da história de Itacaré.

Estavam presentes o Prefeito, Jarbas Barbosa Barros, a Primeira Dama, Cecília Quadros, Secretários e Assessores. 

Cecília Quadros é organizadora do evento há muitos anos junto à sua mãe, Maria Lery Carvalho de Jesus  que este ano contou com o apoio da Secretaria de Educação, Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e da Prefeitura Municipal.

Em entrevista, a Secretária de Educação, Maria do Socorro falou sobre a importância do evento para os alunos, "O conhecimento que os alunos adquirem na escola ajuda a resgatar a cultura do município e através da vivencia, incorporando os personagens, facilita o aprendizado sobre como ocorreu a Independência da Bahia, além de ser um evento muito importante pois faz parte da historia do município, sendo um evento cultural." Ela disse também que o interesse de participar parte dos alunos e que este tema é abordado desde o maternal com diversas atividades.

Para finalizar o evento, além das bandas instrumentais, crianças cantaram o Hino da Bahia emocionando a todos os participantes.

Um pouco de história

A declaração de independência feita por Dom Pedro I, em sete de setembro de 1822, deu início a uma série de conflitos entre governos e tropas locais ainda fiéis ao governo português e as forças que apoiavam nosso novo imperador. Na Bahia, o fim do domínio lusitano já se fez presente no ano de 1798, ano em que aconteceram as lutas da Conjuração Baiana.


No ano de 1821, as notícias da Revolução do Porto reavivaram as esperanças autonomistas em Salvador. Os grupos favoráveis ao fim da colonização enxergavam na transformação liberal lusitana um importante passo para que o Brasil atingisse sua independência. No entanto, os liberais de Portugal restringiam a onda mudancista ao Estado português, defendendo a reafirmação dos laços coloniais.

As relações entre portugueses e brasileiros começaram a se acirrar, promovendo uma verdadeira cisão entre esses dois grupos presentes em Salvador. Meses antes da independência, grupos políticos se articulavam pró e contra essa mesma questão. No dia 11 de fevereiro de 1822, uma nova junta de governo administrada pelo Brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo deu vazão às disputas, já que o novo governador da cidade se declarava fiel a Portugal.

Utilizando autoritariamente as tropas a seu dispor, Madeira de Melo resolveu inspecionar as infantarias, de maioria brasileira, no intituito de reafirmar sua autoridade. A atitude tomada deu início aos primeiros conflitos, que se iniciaram no dia 19 de fevereiro de 1822, nas proximidades do Forte de São Pedro. Em pouco tempo, as lutas se alastraram para as imediações da cidade de Salvador. Mercês, Praça da Piedade e Campo da Pólvora se tornaram os principais palcos da guerra.

Nessa primeira onda de confrontos, as tropas lusitanas não só enfrentaram militares nativos, bem como invadiram casas e atacaram civis. O mais marcante episódio de desmando ocorreu quando um grupo português invadiu o Convento da Lapa e assassinou a abadessa Sóror Joana Angélica, considerada a primeira mártir do levante baiano. Mesmo com a derrota nativista, a oposição ao governo de Madeira de Melo aumentava.

Durante as festividades ocorridas na procissão de São José, de 21 de março de 1822, grupos nativistas atiraram pedras contra os representantes do poderio português. Além disso, um jornal chamado “Constitucional” pregava oposição sistemática ao pacto colonial e defendia a total soberania política local. Em contrapartida, novas forças subordinadas a Madeira de Melo chegavam a Salvador, instigando a debandada de parte da população local.

Tomando outros centros urbanos do interior, o movimento separatista ganhou força nas vilas de São Francisco e Cachoeira. Ciente destes outros focos de resistência, Madeiro de Melo enviou tropas para Cachoeira. A chegada das tropas incentivou os líderes políticos locais a mobilizarem a população a favor do reconhecimento do príncipe regente Dom Pedro I. Tal medida verificaria qual a postura dos populares em relação às autoridades lusitanas recém-chegadas.

O apoio popular a Dom Pedro I significou uma afronta à autoridade de Madeira de Melo, que mais uma vez respondeu com armas ao desejo da população local. Os brasileiros, inconformados com a violência do governador, proclamaram a formação de uma Junta Conciliatória e de Defesa instituída com o objetivo de lutar contra o poderio lusitano. Os conflitos se iniciaram em Cachoeira, tomaram outras cidades do Recôncavo Baiano e também atingiram a capital Salvador.

As ações dos revoltosos ganharam maior articulação com a criação de um novo governo comandado por Miguel Calmon do Pin e Almeida. Enquanto as forças pró-independência se organizavam pelo interior e na cidade de Salvador, a Corte Portuguesa enviou cerca de 750 soldados sob a lideranaça do general francês Pedro Labatut. As principais lutas se engendraram na região de Pirajá, onde independentes e metropolitanos abriram fogo uns contra os outros.

Devido à eficaz resistência organizada pelos defensores da independência e o apoio das tropas lideradas pelo militar britânico Thomas Cochrane, as tropas fiéis a Portugal acabaram sendo derrotadas em 2 de julho de 1823. O episódio, além de marcar as lutas de independência do Brasil, motivou a criação de um feriado onde se comemora a chamada Independência da Bahia.


Fonte: Site Brasil Escola

Texto: Rainer Sousa - Graduado em História


Ao longo do desfile do dia 2, os heróis da Independência são lembrados através das figuras do Caboclo e da Cabocla, representando o povo brasileiro, além das heroínas Maria Quitéria, Joana Angélica e Maria Felipa, o coronel José Joaquim de Lima e Silva e o general Labatut. Para muitos historiadores, a Independência da Bahia pode ser considerada mais importante do que o ato pacífico da proclamação da Independência do Brasil por Dom Pedro I. Para os estudiosos do tema, a independência baiana consolidou a Independência do Brasil. Acreditam que, se ela não houvesse, o Brasil poderia ficar dividido entre sul e norte.




FAITA


Alunos representando a Corte Portuguesa

Sra Odete representando as Baianas
Índia Catita
Orquestra Sinfônica

Prefeito Jarbas e Major da Policia Militar

Crianças cantando o hino da Bahia

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